A violência simbólica perpetrada pelos desejosos do poder hegemônico atravessa nossas entranhas cotidianamente. O Estado capitalista como tal (sedento pelo monopólio da violência) estabelece normas asfixiantes que povoam espaços, tempos e pesadelos. Num país onde síndrome respiratória aguda grave é "gripezinha", traçantes das balas de fuzil são confete e serpentina dos miseráveis que detestam o carnaval. Aos insubmissos, as repressões são mais sentidas - cortam a carne e dilaceram fragmentos da alma.

A insurreição não será televisionada e não ocupará as nuvens dos streamings. Aos que coreografam saídas, urge a necessidade da subversão cotidiana, ordinária e orientada. Aos que não querem varrer o chão do fim do mundo é necessário práticas coletivas - imanentes e transcendentes - de proteção, cuidado e revolta. Sabemos quem vigia os vigilantes. Sabemos que quem nos guarda não dorme. Se o território é expresso na mediação do passado com o presente, é nele que manifestaremos nossas estratégias sagazes contra a covardia imposta. Estaremos aqui, no diálogo permanente entre os mortos, os vivos e os que ainda estão por nascer - desejosos que nem em pensamento os cretinos possam nos fazer mal. Livrai-nos de todo o mal hoje, amanhã e sempre. Venceremos.

Gravação, mixagem e masterização: @diogo_algoz

Arte da capa: @rapha.concreto

Faixas (clique na faixa para acessar a letra):

1. Livrai-me